CDI, IGP-M, IPCA e taxa Selic são indicadores da nossa economia que caminham lado a lado. Acima de tudo, esses indicadores ditam os passos e as relações econômicas como um todo, especialmente no que diz respeito à inflação.
Antes de mais nada, cada um desses indicadores, com sua importância e função, influenciam as decisões de política monetária e o cotidiano das pessoas.
Assim, neste artigo falaremos o significado de cada um desse indicadores, suas inter-relações, e como eles afetam o nosso dia a dia na economia.
CDI
Primeiramente, o CDI, Certificado de Depósito Interbancário, é uma taxa de referência para o mercado financeiro brasileiro, que reflete a média das taxas de juros praticadas nas operações de empréstimos entre instituições financeiras.
Diversos investimentos, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e fundos de renda fixa, tem o CDI como base para rendimentos.
Em síntese, o CDI indica o custo do dinheiro no mercado interbancário e serve como um parâmetro para a rentabilidade de aplicações financeiras.
O CDI acompanha a taxa Selic sempre, geralmente com a margem de 0,10 abaixo da Selic.
IPCA
Em segundo lugar, o principal indicador da inflação no Brasil é o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Ele é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e reflete a variação de preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, incluindo alimentos, habitação, transporte, saúde e educação, entre outros.
O Banco Central, ao mesmo tempo, utiliza o IPCA como referência para a meta de inflação.
Enfim, o monitoramento mensal desse índice permite ao governo avaliar o impacto dos preços sobre o poder de compra da população. Assim, quando o IPCA sobe, ele indica que os preços estão aumentando, corroendo o poder de compra das famílias.
IGP-M
Em terceiro lugar, o IGP-M, Índice Geral de Preços – Mercado, é um indicador mais abrangente que mede a variação de preços em diferentes setores da economia, incluindo a produção agrícola e industrial, além do varejo.
O IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e é amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos, como aluguéis e tarifas de serviços.
O IGP-M é composto por três índices: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).
Finalmente, sua variação reflete as flutuações nos custos de produção e consumo, permitindo uma visão mais completa da inflação em diferentes áreas da economia.
Taxa Selic
Em quarto lugar, a taxa Selic, Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Essa taxa serve como um instrumento de controle da inflação, e é ajustada a cada reunião do Copom, realizada geralmente a cada 45 dias.
A Selic influencia todas as outras taxas de juros da economia, incluindo aquelas aplicadas a empréstimos e financiamentos.
Quando a taxa Selic aumenta, o custo do crédito também sobe, e torna mais difícil para as pessoas e empresas tomarem empréstimos.
Isso tende a desestimular o consumo e o investimento, ajudando a controlar a inflação. Por outro lado, uma Selic baixa pode estimular a economia, facilitando o acesso ao crédito e incentivando o consumo.
Relações entre CDI, IPCA, IGP-M e Taxa Selic
Esses quatro indicadores estão interconectados e desempenham papéis cruciais na economia brasileira.
A taxa Selic, como taxa básica de juros, influencia diretamente o CDI. Quando o Copom decide aumentar a Selic, o CDI também tende a subir, afetando a rentabilidade de investimentos e o custo do crédito.
O Banco Central monitora de perto o IPCA, o qual é um indicador da inflação. O Copom, para conter a inflação, sempre aumenta a taxa Selic quando o IPCA sofre elevação, criando dessa forma, um ciclo onde a política monetária é ajustada em resposta às variações nos preços.
O IGP-M, por sua vez, também é impactado pela Selic. A alta dos juros pode desacelerar a economia e, consequentemente, a pressão inflacionária, o que afeta o IGP-M.
Além disso, o IGP-M, ao influenciar reajustes de contratos, pode afetar a percepção da inflação pelas famílias, refletindo mudanças nos custos de vida.
Consideração final
O CDI, o IPCA, o IGP-M e a taxa Selic são fundamentais para compreender o funcionamento da economia brasileira e o fenômeno da inflação.
Cada um desses indicadores fornece uma perspectiva única sobre as dinâmicas econômicas, e sua inter-relação influencia tanto a política monetária quanto as finanças pessoais.
Para os investidores, entender essas taxas é crucial na hora de tomar decisões sobre aplicações financeiras e planejamento orçamentário.
Enfim, em tempos de incerteza econômica, estar bem informado sobre esses indicadores, pode ajudar a proteger o poder de compra bem como a fazer escolhas financeiras mais sábias.