A leptospirose é uma infecção aguda causada por bactérias do gênero Leptospira, adquirida partir do contato direto ou indireto com a urina de ratos ou outros animais contaminados.
A princípio, a doença é mais frequente em regiões com infraestrutura sanitária precária e alta infestação de roedores contaminados. Além disso, situações de enchentes aumentam a proliferação e disseminação de bactérias no ambiente, favorecendo surtos. A letalidade pode atingir até 40% nos casos graves, tornando a leptospirose um problema de saúde gravíssimo.
Sintomas
A leptospirose pode variar de uma forma assintomática a quadros graves e potencialmente fatais, e a doença divide-se em duas fases: precoce e tardia.
Primeiramente, os sintomas podem incluir febre alta, dor de cabeça, calafrios, dores musculares intensas, principalmente na panturrilha, além de náuseas, vômitos e diarreia. Por fim, em cerca de 15% dos casos, a doença evolui para formas graves, que geralmente surgem após a primeira semana.

A manifestação mais grave é conhecida como síndrome de Weil. Essa condição é caracterizada por uma tríade de sintomas: icterícia de tom alaranjado intenso (icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragias, principalmente pulmonares.
Esses casos, em síntese, exigem internação hospitalar para manejo adequado e controle das complicações.
Diagnóstico
Para confirmar a leptospirose, exames de laboratórios específicos são necessários. Eles incluem testes que detectam anticorpos contra a bactéria (diagnóstico indireto), ou a presença direta de Leptospira no sangue.
Tratamento
O tratamento deve ser iniciado assim que houver suspeita de doença, mesmo antes da confirmação laboratorial, para evitar complicações. Antibióticos são usados tanto em casos leves como nos casos graves.
Os casos mais leves podem ser tratados em regime ambulatorial, com acompanhamento médico. Já nos quadros graves, a hospitalização deve ser imediata para monitoramento intensivo e suporte, que pode incluir hemodiálise e cuidados respiratórios. É importante evitar a automedicação, pois ela pode agravar o quadro.
Prevenção
A prevenção da leptospirose, em primeiro lugar, consiste em evitar o contato com água e alimentos contaminados, especialmente em áreas de risco.
Em seguida, deve-se usar botas e luvas ao manusear lixo ou trabalhar em locais de enchente; não consumir de forma alguma alimentos e água que possam estar contaminados; lavar as mãos regularmente e desinfetar ambientes com água sanitária.
Além disso, medidas de controle em ambientes reservatórios de roedores também é fundamental. Manter lixeiras tampadas, evitar o acúmulo de lixo e eliminar possíveis focos de abrigo para ratos são ações que reduzem o risco contaminação.
Em áreas propensas a enchentes ou em períodos de chuva intensa, medidas adicionais e atenção devem ser aplicadas. Isso inclui evitar caminhar descalço na água e manter feridas protegidas com curativos impermeáveis.
Por fim, a conscientização sobre a leptospirose e seus riscos é essencial para prevenir a doença e reduzir o número de casos. Em ambiente de saneamento básico precário, caso ocorra exposição a situações de risco, é importante procurar assistência médica imediata para orientação e observação de possíveis sintomas.
Considerações finais
A leptospirose é uma doença cuja gravidade varia de formas assintomáticas a fatais, como a síndrome de Weil. A prevenção é a melhor estratégia para reduzir os riscos de contaminação, especialmente em áreas com infraestrutura precária e alta exposição a enchentes e roedores.
A adoção de medidas simples, como práticas de higiene e controle ambiental, aliadas à conscientização da população, é fundamental para minimizar os surtos da doença. Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para reduzir complicações e salvar vidas.
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